data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Jornal Manchete Digital
Em Tupanciretã, o maior produtor de soja do Estado, as perdas nas lavouras devido à falta de chuvas devem ultrapassar R$ 136 milhões
Mesmo com o acúmulo de chuvas que superou 150 milímetros em janeiro, as perdas nas plantações da região ocasionadas pelo estiagem dos últimos três meses de 2019 não param de crescer. No início de 2020, a quebra (perda) na plantação de soja estimada pelo escritório regional da Emater de Santa Maria era de 18,27%. No último levantamento, realizado na quinta-feira passada, a projeção já era de 23,84%. Confira as estimativas para outros grãos no quadro a seguir.
Ainda, segundo a Emater, a área plantada de soja na região foi superior a 975 mil hectares - 2,3% a mais do que na safra passada. A expetativa inicial de rendimento do grão era de 3.260 quilos por hectare. Entretanto, devido à estiagem, a produção ficará abaixo do esperado. Em várias lavouras, houve problemas de germinação e morte de plantas, sendo que em algumas áreas precisaram ser replantadas.
Neste momento, as plantas estão no período reprodutivo, em que todas as culturas são mais exigentes em termos de umidade e nutrientes. Entretanto, segundo as projeções meteorológicas, a chuva deve se manter inconstante em todo o Estado até abril. A situação pode agravar ainda mais a quebra da produção.
- Nessa época, a chuva é tão ou mais necessária do que antes em função da fase de enchimento dos grãos. A expectativa, nos próximos dias, é que aumente (a quebra), principalmente na soja - explica o gerente da Emater Regional, José Renato Cadó.
VÍDEO: clima seco e quente beneficiou produção de uvas na região
Mesmo com a quebra da safra, isso não quer dizer que o preço do grão ficará mais elevado. Isso porque diversos fatores influenciam no preço final do grão: o valor do bushel (que equivale a cerca de 27 quilos de soja) na Bolsa de Chicago, a variação do preço do dólar em relação ao real - que chegou ao maior patamar da história -, o mercado internacional, as bonificações por exportação, entre outros motivos.
- São muitas coisas que influenciam o preço. Não tem uma relação direta com a nossa produção ou nossa quebra. Pode produzir bem na Argentina, nos Estados Unidos, por exemplo - conclui Cadó.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">
Foto Renan Mattos/Diário
EMERGÊNCIA
Na região, 17 prefeituras decretaram emergência devido à falta de chuvas entre o final de 2019 e o começo de 2020. Três municípios já tiveram os pedidos de ajuda homologados pelo governo federal. São eles São Gabriel, Pinhal Grande e Santa Maria, cujo reconhecimento pela União ocorreu na última sexta-feira.
Conforme a prefeitura de Santa Maria, o decreto, assinado pelo então prefeito em exercício Sergio Cechin, destaca o prejuízo na agricultura e na pecuária de R$ 47,5 milhões. A Defesa Civil precisou, inclusive, abastecer famílias da zona rural com água potável.
Conta de luz não terá cobrança extra em março
Com a homologação do governo federal, será possível a obtenção de recursos estaduais e federais para investimentos na cidade. O reconhecimento do decreto dispensa a necessidade de licença ambiental e licitações para soluções de problemas causado pela seca. Também há possibilidade de financiamentos rurais serem recalculados.
QUEBRA NA PRODUÇÃO
Confira as projeções do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria sobre as perdas nas lavouras de arroz, soja e milho na região devido à estiagem:
Cultura | Janeiro | Fevereiro |
Soja | 18,2% | 23,8% |
Milho | 40% | 44% |
Arroz | 10,5% | 9,5% |